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Câmara endurece com João Carlos em audiência pública

por Administrador publicado 27/02/2011 09h30, última modificação 08/04/2016 17h33
O clima ficou pesado na noite desta sexta-feira (25), na Câmara de Apucarana, durante a prestação de contas do último quadrimestre de 2010.
Câmara endurece com João Carlos em audiência pública

João Carlos, com a mesa que conduziu a prestação de contas ao fundo

Prefeito foi cobrado sobre Unifrango, penitenciária e falta de vagas nas creches


Não satisfeitos com as explanações feitas pelo prefeito João Carlos de Oliveira (PMDB), alguns vereadores engrossaram o tom contra o Executivo. A sessão foi conduzida pelo vereador Marquinhos Martins (PTC), por ser também o presidente da Comissão de Finanças e Orçamento.


O vereador Aldivino Marques, o “Val”, abriu a série de questionamentos. Ele quis saber, entre outras coisas, por que a promessa de início da obra da Unifrango estava na prestação de contas passada e desapareceu da prestação de contas atual. “A direção da Unifrango disse aqui na Câmara, em reunião da qual participaram também o Ministério Público, o Observatório Social e outros convidados, que vai construir nos 14,5 alqueires doados pela Prefeitura apenas um Centro de Distribuição e que a obra vai gerar apenas 120 empregos e não os 2 mil empregos prometidos no passado. O que o senhor tem a dizer sobre isso?”, questionou Val.


Segundo João Carlos, a Unifrango está solicitando parte do armazém do IBC para colocar equipamentos já adquiridos. “O atraso na obra está se tornando um problema também para eles”, afirmou. A explicação não convenceu o vereador. “O Muffato, a rede Bristol e outros grupos estão chegando em Apucarana sem nenhum investimento do município. A Unifrango levou 14,5 alqueires na saída para Califórnia, outros 20 mil metros na área central da cidade e mais R$ 1 milhão em terraplenagem e a obra não sai do papel”, afirmou Val. Para ele, a Unifrango tem que alugar um espaço para guardar seus equipamentos, como fazem todos os demais empresários de Apucarana. “Chega de tratar esse grupo com privilégios. De minha parte, não aprovo mais um centavo de incentivo para esta empresa. E digo mais: o terreno da área central, que eles prometem destinar à fabricação de premix, deve ser revertido ao município. Ali é uma área residencial e não é local para esse tipo de atividade”, disse Val.


Sobre o mesmo assunto, João Carlos foi interpelado pelo presidente da Câmara, Alcides Ramos Júnior (DEM). “Prefeito, a promessa de gerar 2 mil empregos naquela área doada pela Unifrango é verdade ou mentira?”, questionou. O prefeito disse que numa primeira etapa são 120 empregos, mas que posteriormente, com a fábrica de ração e um abatedouro, pode chegar a 2 mil empregos. “A direção da Unifrango já disse aqui que não vai instalar ali esses investimentos, apenas um Centro de Distribuição. Por isso, eu repito: a promessa de gerar 2 mil empregos naquela área é verdade ou mentira?”, insistiu Alcides. João Carlos disse que não estava ali para esse tipo de discussão. “Como prefeito, tenho ansiedade para que a obra aconteça e para que a Unifrango leve o nome de Apucarana para todo o mundo”, limitou-se a responder. “Para mim, fica claro, mais uma vez, que neste terreno infelizmente não serão gerados os 2 mil empregos prometidos, tendo por base o que diz a Prefeitura e a própria Unifrango”, finalizou Alcides Ramos.


Lucimar questiona falta de vagas nas creches e sobre penitenciária


A vereadora Lucimar Scarpelini (PP) também aproveitou a presença de João Carlos na Câmara para cobrar a falta de vagas nas creches. Segundo ela, o secretário municipal de Desenvolvimento Humano afirmou que seriam abertas 1,8 mil vagas nas creches de Apucarana, mas isso não está ocorrendo. “Não há vagas e muitas mães estão desesperadas, tendo que trabalhar e sem saber com quem deixar seus filhos”, afirmou a vereadora. Ela diz ter recebido, nesta semana, três mães com o problema. “Uma delas disse ter conversado com uma diretora e esta afirmado que não há vaga e que não adianta procurar nem o Ministério Público”, denunciou a vereadora. João Carlos afirmou que as crianças até dois anos formam a maior demanda por vagas e que três novos centros de educação infantil serão construídos até o final do mandato. “Isso vai ajudar, mas não vai resolver o problema”, admitiu o prefeito.


Lucimar também questionou que orientação tem sido dada pelo prefeito aos secretários municipais com relação às mais de 2 mil indicações apresentadas aos vereadores. João Carlos afirmou que a ordem é para atender, na medida do possível, o que for prioritário. A vereadora cobrou ainda uma solução para a questão do minipresídio. “A Câmara promoveu audiências públicas, mobilizou a sociedade e aguarda que o Executivo mande um projeto sobre a questão, coisa que não ocorreu até agora”, disse a vereadora, frisando que nenhum vereador defendeu que a situação do minipresídio continuasse como está. O prefeito disse ter retomado a discussão com o novo governo estadual. Por fim, Lucimar criticou a ausência de alguns vereadores e também cobrou maior presença da comunidade nas prestações de contas. “Ela foi transferida para o horário noturno justamente para facilitar essa participação”, finalizou.