Câmara entrega moção à professora Leny Zulim
A moção, aprovada por unanimidade, foi proposta pelo vereador Júnior da Femac (PDT). “Particularmente, prefiro receber esta homenagem pelo trabalho e pela dedicação de tantos anos ao ensino”, afirmou Leny. Ela, sua mãe Zulmira e sua tia Adélia também receberam a Madalha Honorífica e o pin da Câmara de Apucarana.
Leny lembrou os tempos de criança para destacar a importância da literatura em sua vida. Filha de agricultores, aos 11 anos ela já tinha lido boa parte dos clássicos, como José de Alencar e Machado de Assis. “Eu sabia que a escola era o único caminho para melhorar a nossa condição de vida”, afirmou a professora. Ela lembrou que, obrigada a se mudar de escola e encontrando uma turma muito mais avançada, foi através da literatura que, em dois meses, já havia superado a média da turma. Citando o mestre Antônio Cândido, ela discursou sobre como a literatura influencia de forma direta na “humanização do ser”. E invocou o escritor e semiólogo francês Roland Barthes, para quem, se alguma circunstância muito especial levasse à eliminação de todas as disciplinas, deixando apenas uma, seria a literatura a que deveria ser salva. “Porém, com tristeza percebemos que a literatura está quase desaparecendo. No Enem, por exemplo, poucas questões passam tangencialmente por ela”, lamentou Leny.
Leitora compulsiva, ela insiste em que a literatura deve permear não apenas as relações escolares, mas também familiares. “Ah, se os pais soubessem como fazem a diferença cinco minutinhos de história para as crianças antes de dormir! Se os professores soubessem como seria importante começar ou terminar uma aula com a leitura de uma bela crônica ou um belo poema!”, afirmou Leny. Ela também defendeu algumas idéias para a melhoria do ensino, como a meritocracia, capaz de impedir que os mestres sejam nivelados por baixo. E terminou seu pronunciamento lendo um conto de Marina Colasanti.
“A Câmara vota uma moção de aplausos para distinguir aquelas pessoas que fizeram algo a mais. E a Câmara assim o faz porque quando uma pessoa faz algo a mais, toda a cidade ganha”, afirmou Júnior da Femac. Ele lembrou o trabalho de Leny como professora em Apucarana e nas faculdades da região. “É um trabalho admirável, que dá mais um passo marcante com esta obra que vem para valorizar a literatura na vida de todos nós. Fico feliz em ter sido o instrumento para valorizar mais uma pessoa que quer fazer a nossa cidade brilhar”, acrescentou o vereador. Também participaram familiares de Leny, professores, alunos e outros amigos.
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06/12/11